segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Os dias frios da alma

Yule foi-se, Imbolic também. Ostara se aproxima e a Senhora Terra, que de adormecida não tem nem nunca teve nada, "desperta". Talvez dia 21 de setembro eu resolva fazer ovos de páscoa. Afinal, não sou eu que comemoro as datas erradas. Eu nasci no dia que o Rei do Carvalho vence o Rei das sombras. É o dia quem que o Deus Sol nasce, pra retormar o trono que um dia foi do Deus Ancião, quando este passa para o "outro lado" pelo Rei das Sombras. É o dia que os cristãos disseram que Jesus nasceu. 21 de junho pra nós, da parte baixa dos hemisférios. E o certo seria 21 de dezembro para os do hemisfério dos altos. No entanto, estamos quase no "despertar" das sementes e o clima é de dormência, preguiça, sono por todos os lados. O frio e os dias cinzas ajudam. Quero colocar meus vestidos de flores mas o tempo não colabora. Estou de calças xadrezes ultrahipermegavelhas e uma malha de tricô verde musgo de senhora minha mãe. Falando nisso... boa... Vou acender incenso de musgo. Já que a terra dorme e já não posso mais aquecer meu corpo e alma com um bom e velho reposado em barril de carvalho, acenderei um musguinho e relembrei dos dias de estrada, quando minha vontade de pedir pra parar o ônibus era muita, só pra recolher musgos lindos das encostas dos morretes.
Também começarei meus fazeres de costura. Comecarei com os mais fáceis: Jogos americanos e porta-copos. Floridos e coloridos, porque de cinza já basta o dia. Mas apesar de eu estar aqui enchendo-vos a paciência falando de dias cinzas, digo-vos: Eles não me são tristes. Mas às vezes é bom curtir a boa e velha melancolia. Como meus tempos de adolescente, em que eu li o livro "Música ao Longe", do Érico Veríssimo por anos e anos a fio e nunca terminei. Não, ainda não terminei. rs Falando em não terminar, já que uma prosa puxa outra... Vou colocar pra tocar meus bons e velhos blues e folks. Começando por Bob Dylan, pra curtir a estrada da vida com uma vibração espiritual simplista e terminando com o amadíssimo Taj Mahal, porque hoje vou terminar o dia dançando, uai. rs Dançando enquando coloco cada coisa em seu lugar, dançando enquanto arrumo, costuro, filosofo. Porque é dançando nos meus afazeres que eu refaço minhas energias e ânimos para seguir. Amanhã será outro dia, muito provavelmente outro dia cinza e chuvoso e eu continuarei. Como todo dia: Abro os olhos, percebo que ainda estou viva e imploro a mim mesma um café. Depois... Ah, depois é ter a percepção do que precisa ser feito, do que não pode ser adiado e mãos na massa. Faça chuva ou faça sol, comigo não tem essa de Yule, Imbolic, Ostara. Tem dias. E dias servem pra isso: serem vividos, sem ficar olhando pra trás ou idealizando futuros. Deixo pros mortos as orações e pros vivos, meu amor,dedicação e proteções.
Porque às vezes creio que estou cada dia mais parecida com Nossinhora minha Deusa. Pensando mais nos outros do que em mim mesma.

Namastê, meus caros!

Em alguns posts anteriores, esqueci de cumprimentar-lhes com meu Namastê, mas meu esquecimento nada impede de eu reconhecer Deus em vocês. S2

Blessed Be.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Sabedoria Cigana






Sabedoria Cigana- Wagner Borges

"Ninguém é marionete!
Cada um é que faz a própria vida.
Cada escolha gera repercussões.
Cada ser é sagrado!

O amanhã é feito dos momentos presentes.
Cada um carrega o futuro dentro de si mesmo
Suas contradições e, também, seus acertos.
Construção ou destruição?
Bênção ou maldição?
Cada um escolhe como quer ser e viver.

Cada um leva consigo mesmo a energia do que se projeta como atitude no mundo.
Cada um é responsável pelo que pensa e sente!
Cada um faz sua música se propagar nas ondas do mundo.
Na longa fieira das vidas seriadas, quem semear, colherá!
E, neste exato momento, cada um está fazendo o seu amanhã.

Que a semeadura seja linda, para que a colheita seja feliz!
Na vida, no amor, e em qualquer coisa, cada um faz o seu próprio caminho.
Chamam isso de causa e efeito! Mas, as ciganas chamam de liberdade de escolha.

No baralho da vida, cada um joga com as cartas que tem na mão.
Ás ou rei? Valete ou dama? Não importa!
O que vale é saber jogar direito com a mão que se apresenta.

As cartas são da vida e mudam de mão; mas os jogadores são os mesmos;
Só mudam a mesa e as jogadas.
Quem quiser conhecer o seu amanhã, que preste atenção no seu dia de hoje, pois um é efeito do outro."

domingo, 14 de agosto de 2011

Brumas

E as brumas tem me rodeado, me envolvido e deixado meus dias mais cinzas. Alecrim me chama,mas não ouço seu chamado. Só sei que me chama porque compreendo um tico de leitura labial. rs Talvez os dias não estão tão inférteis como eu os julgo: Tenho chamado por Nossa Senhora Aparecida todos os dias. Quem sabe ela não se comove com meu lamento? Quem sabe depois da curva do rio não tenha um arco-íris e eu finalmente encontro meu pote de ouro? Falando em pote de ouro, acho que meus gnomos não gostam das mesmas coisas que eu: o marshmallow que dei pra eles continua intacto. Acho melhor não ficar improvisando e dar maçãs, mesmo. Disso eu sei que eles gostam.
Mas voltando às pseudo-lamentações: Uma coisa que aprendi é a não me lamentar. Sinto-me triste com situações, com palavras, mas não me lamento. Agradeço. Porque estou criando subsídios para minha evolução. Superação. Ação. Não sei quando. As brumas cinzas que me envolvem me impedem de saber. Talvez eu esteja querendo chegar em Avalon da mata atlântica e não me seja permitido, por hora. Eu, que já fui sacerdotisa. Eu, que já tive guerreiros pedindo minha bênção antes de batalhas. Eu estou me sentindo numa batalha perdida. Envolta em brumas, sem encontrar o caminho pra casa. Implorando pra Deusa Lua como nos ensinaram depois de Cristo. Clamar pela Senhora. Nossa Senhora. Aparecida. Talvez essa vida seja realmente como concluí em uma de minhas filosofações: Aprimoramentos para ser Divinos. Para sermos dignos.
Talvez eu esteja escrevendo besteira. Mas talvez eu esteja verdadeiramente sóbria.

Bem... Que eu atenda o meu Alecrim amanhã, já que hoje ouvi minha orquídea clamando por cuidados e não fui preguiçosa.

Que eu não me negligencie, amém.

Ps: saio da minha cama quentinha, sento no canto do quarto com o lap no colo para escrever este desabafo. São 1h e 8min da madrugada e mesmo aqui, no frio cinza das brumas, sei que há magia na dor e que vai passar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Não sou boa com rimas, mas me dou bem com poemas... aqui está um deles:

Quero correr nos campos férteis
Pista de pouso dos pássaros
voando raso
e mergulhando no céu
Quero decolar, bater as asas
sobrevoar as casas
pelo infinito do céu
dançar a música dos ventos
assobios longos e lentos
a musicar pelos véus
Nuvens passageiras
Companheiras certeiras
de ciclos infindáveis
apreciando paisagens
asas abertas
sentindo o vento na face
penas a refrescar
a pele que arde
todas as cores e imagens
o sol a ofuscar
de tão cega fecho os olhos
E quando abro novamente
Percebo que não saí do lugar.

01/06/10
"Que a estrada se abra à sua frente,
Que o vento sopre levemente às suas costas,
Que o sol brilhe morno e suave em sua face,
Que a chuva caia de mansinho em seus campos...
E, até que nos encontremos de novo,
Que Deus lhe guarde na palma de Suas mãos."

Oração Celta